- É a parte mais trabalhosa do orçamento, pois consiste em elaborar pelo menos uma peça orçamentária para cada setor da empresa, a cargo de um responsável;
- A variedade de despesas tende a ser significativa, recomenda-se o orçamento de forma mais analítica possível.
Aspectos Gerais do Orçamento de Despesas
- Organograma Empresarial: a estruturação dentro de um organograma facilita o processo de análise dos gastos, identificação dos setores, bem como o processo de sintetização dos orçamentos analíticos para os orçamentos setoriais ou divisionais, até o orçamento geral da empresa.
- Departamentalização: identificar as menores áreas de responsabilidade, que contêm o menor nível de decisão e, portanto, grau de responsabilidade sobre controle, dentro do conceito de centro de custo ou centro de despesa.
- Custos Controláveis: é importante que cada responsável, no menor nível de decisão na hierarquia da empresa, tenha seu próprio orçamento. Devemos orçar para cada centro de custo unicamente os custos que são gerenciados e controlados pelo responsável pelo centro de custo. Não existem custos não controláveis pela entidade.
- Accountability: responsabilidade do gestor de prestar contas de seus atos ou a obrigação de reportar os resultados obtidos.
- Rateio no Orçamento de Despesas Departamentais: algumas despesas são de consumo comum, ou seja, os gastos são efetuados de uma só vez, mas o serviço atende vários setores ou centros de custos. Como regra geral deve-se evitar ao máximo o rateio, já que o conceito de accountability é claro: só devem ser alocados ao orçamento de um centro de custo se as despesas puderem ser administradas por seu responsável.
- Orçamento por Atividades: as empresas que adotam o método de custeamento por atividades (Custeio ABC) devem, em princípio, adotar a mesma metodologia no seu processo orçamentário. Assim, o orçamento de cada centro de custo deverá ter suborçamentos por atividade.
A classificação tradicional para análise do comportamento dos
gastos em relação a alguma atividade é a sua separação em custos
e despesas fixas e custos e despesas variáveis. Os custos e
despesas podem ser agrupados considerando como base de classificação
seu comportamento em relação a determinadas variáveis físicas
decorrentes das operações da empresa.
- Custos fixos comprometidos: são os custos ligados intrinsecamente à utilização de um parque fabril ou comercial – são os gastos para manter a fábrica ou as vendas em operação.
- Custos fixos discricionários: são gastos que são administrados e podem ser alterados dependendo da dotação orçamentária anual.
- Custos semivariáveis: quando a variação dos custos não for na mesma proporção da variação do volume de produção ou vendas.
- Custos semifixos: quando os custos contêm na sua formação de valor uma parcela fixa e outra que varia com a atividade.
- Custos estruturados: são custos em que é possível fazer uma relação do gasto com outra atividade física que não seja a produção ou venda.
Despesas
a serem orçadas
Para
cada departamento deverá haver uma peça orçamentária que
compreenda as despesas de sua responsabilidade e administração. Em
geral, são quatro grupos de despesas:
- Mão de obra direta e indireta
- Consumo de materiais indiretos
- Despesas gerais departamentais
- Depreciações e amortizações departamentais
Dados
quantitativos: é preciso incorporar ao orçamento os dados
referentes à mão de obra, como o número de funcionários por
centro de custo e as horas a serem trabalhadas por centro de custo.
Consumo
de materiais indiretos: devem ser orçados por centros de custos,
pois não estão ligados diretamente aos produtos, mas sim ligados
indiretamente aos produtos finais ou necessários para atividades dos
funcionários. Exemplos: materiais auxiliares, material de
manutenção, combustíveis.
Despesas
Gerais Departamentais: são as demais despesas de consumo. Devem
ser orçadas considerando suas características próprias e seu
comportamento em relação a uma atividade. Exemplos: energia
elétrica, telecomunicações, despesas com viagens, etc.
Depreciações
e amortizações: é importante alocar e orçar esses tipos de
gastos por centros de custos, pois dessa forma pode-se atribuir a
responsabilidade pelo uso dos bens às atividades de cada
departamento.
Bens
de Uso Comum ou sem Clara Atribuição de Responsabilidade
Departamental: em alguns casos é melhor não orçar as
depreciações e amortizações por centros de custos. Alguns
exemplos:
- Equipamentos qualificados diretos aos produtos;
- Bens e direitos controlados por outros setores e que o uso seja distribuído em todos os departamentos;
- Bens de uso comum e a depreciação só pode ser distribuída por critérios de rateio.
- Bens em desuso ou em disponibilidade para venda, sendo a depreciação apenas calculada para fins fiscais.
Critério
de Cálculo das Depreciações e Amortizações: apesar da
depreciação ser entendida sob vários aspectos, sob o enfoque de
gestão econômica, a depreciação deve ser entendida como a perda
do potencial de serviços futuros a ser prestado pelo equipamento.
Premissas
e Dados-base
Metodologia
muito válida no processo orçamentário das principais despesas de
forma genérica. Recomenda-se a elaboração de um banco de
dados-base com os valores para nortear todas as peças orçamentárias.
Premissas
para o Orçamento de Despesas
Premissas
construídas com base no cenário conjuntural adotado pela empresa,
com análise de ambientes e cenários. Servem para delinear as demais
premissas específicas de cada área.
Elaboração
de premissas antecede processo de cálculo das despesas a serem
orçadas, por isso a importância de serem divulgadas de forma
transparente e direta para todos os envolvidos.
Principais
formas:
-
painel de aumentos periódicos
-
correção de preços (indexação)
-
ajustes em relação aos dados-base
-
percentuais relativos a sazonalidades
-
valores-base para serem referenciais para cálculos futuros
Importante
tentar evitar premissas específicas, direcionando sempre para as
gerais.
Elaboração
dos Dados-Base
Os
dados-base incluem:
- Dados do passado;
- Percentuais a serem aplicados em outros valores;
- Dados das premissas gerais já estabelecidas;
- Dados já conhecidos para o próximo exercício.
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